O Grupo CCR é um dos principais operadores de trens metropolitanos e metrôs na região metropolitana de São Paulo. Embora seu foco hoje seja o transporte de passageiros, a empresa cogita operar sistemas de carga conjugados com suas linhas atuais.
Algumas declarações nesse sentido foram dadas na teleconferência do Grupo CCR para o segundo trimestre de 2023 em que o chefe financeiro da empresa, Waldo Perez, mencionou essa possibilidade para o longo prazo.
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Segundo Perez, a mobilidade deverá sofrer transformações relevantes ao longo dos próximos 30/50 anos, sobretudo nos grandes centros urbanos.
“Com relação à mobilidade, é um segmento onde haverá uma transformação bastante relevante nos próximos 30, 50 anos, especialmente nos grandes centros metropolitanos nos lugares onde operamos.“
Diante deste cenário, onde a rede de transporte poderá estar melhor consolidada e surjam mais concessionárias, novas possibilidades de negócios podem ser abertas. A ideia de logística multimodal, aquela que utilize de mais de um modo de transporte, poderia ser adotada.
“Então existem possibilidades de ter, digamos, uma logística multimodal onde você não só opera um metrô ou um trem sobre a superfície, mas que isso se combine com outras alternativas de mobilidade urbana que venha a prestar um serviço mais completo aos nossos clientes. Certamente está dentro deste panorama”
Perez cita que os ativos atuais de mobilidade podem vir a ser utilizados para soluções logísticas, de forma que o transporte de cargas possa vir a ser executado também pela malha de trens metropolitanos ou metrô.
A possibilidade está em estudos, mas não há ainda uma definição de como isso deverá ser realizado.
“Também existem oportunidades que poderão vir a ser exploradas no futuro em termos de carga. Acho que não é segredo que cidades como São Paulo, onde nós temos uma presença muito relevante, há cada vez mais uma ineficiência em trazer produtos para dentro da cidade.
Então, acho que soluções logísticas que incorporem nossos ativos de mobilidade também possam vir a ser usados. É algo que está no nosso radar que precisa muito estudo e que não temos ainda uma definição exata de como será.”
A exploração de cargas e passageiros em linha de transporte metropolitano foi uma prática comum quando a Fepasa e a Rede Ferroviária Federal atuavam em ambos os segmentos. Em algumas situações, o transporte de carga era o que sustentava o transporte de passageiros, que geralmente não obtinha lucros relevantes.
A possibilidade de transporte de cargas por meio de vias já existentes poderia ser uma forma bastante eficaz de eliminar gargalos e gerar receita. Entretanto, tal modelo precisaria ser bem estruturado tanto em termos logísticos como em termos operacionais.
