Antes de ser paralisada, Linha 15-Prata do Metrô bateu seu recorde de movimento em fevereiro

Sem funcionar há duas semanas, ramal de monotrilho recebeu em média 116 mil passageiros em dias úteis, com pico de 122 mil usuários no mês passado
Linha 15: recorde e paralisação em seguida (GESP)

O impacto negativo da paralisação da Linha 15-Prata do Metrô, que hoje completa duas semanas sem funcionar, pode ser medido pela média de passageiros transportados por dia em fevereiro. Nada menos que 116 mil usuários utilizaram o ramal de monotrilho em dias úteis, segundo dados do Metrô. O pico, no entanto, foi de 122 mil pessoas, um dado ainda bem abaixo das projeções do governo, que estima um potencial para mais de 300 mil passageiros diários.

Certamente, não se trata de falta de demanda afinal a Linha 15, enquanto ainda operava, estava utilizando apenas metade da frota de trens ativos e com intervalos elevados, de quase 200 segundos, ou seja, três minutos e 17 segundos, para sermos exatos – nas outras três linhas operadas pelo Metrô, a média é de apenas dois munutos de intervalo.

Em relação a janeiro, primeiro mês de funcionamento pleno das três novas estações (Sapopemba, Fazenda da Juta e São Mateus), a Linha 15-Prata teve um aumento de 18% em seu movimento diário e de 142% se comparado a fevereiro de 2019, quando a média diária era de apenas 48 mil passageiros (em somente seis estações ativas). Os dados de fevereiro só não foram mais significativos por se tratar de um mês curto e pelo fato de o ramal não ter operado no dia 29. Foram transportados ao todo quase 2,5 milhões de passageiros no mês passado, alta de 3,2%.

A estação São Mateus, terminal provisória da ponta leste do ramal, recebeu cerca de 16 mil passageiros por dia contra 12 mil em janeiro, demonstrando seu potencial de atrair usuários. Com essa média e mesmo com a linha longe do seu perfil operacional planejado, a estação já atende mais gente que a estação Sumaré da Linha 2-Verde e o mesmo que as paradas Tiradentes e Jardim São Paulo, da Linha 1-Azul.

Sem resposta

As investigações sobre a causa do rompimento do pneu no dia 27 de fevereiro continuam a ser feitas pela Bombardier, que havia prometido uma resposta na quarta-feira, 11, segundo a Secretaria dos Transportes Metropolitanos. No entanto, até o momento o governo do estado e as empresas responsáveis pela implantação do ramal não se manisfestaram.

A fabricante canadense apenas respondeu ao site G1 nesta quinta-feira alegando que está realizando “testes e análises inclui mais de 27 execuções de teste dos trens, raios-x e desmontagem de um grande número de conjuntos de rodas”, mas sem trazer qualquer detalhe sobre o que se descobriu até aqui. Trens foram carregados com sacos de areia para simular o carregamento de passageiros nos últimos dias, uma prática comum em testes de novas composições antes de entrarem em serviço.

Mesmo quando retornar ao serviço, é provável que a Linha 15-Prata opere com algumas restrições operacionais a fim de analisar o comportamento dos trens após as modificações. Tudo leva a crer que fevereiro deverá permanecer como o mês recordista em números de passageiros transportados por algum tempo.

Resposta sobre causa do problema com pneus do monotrilho ficou apenas na promessa (GESP)

 

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1 comment
  1. Ricardo, tudo bem?! Uma dica: seria interessante, se houver essa possibilidade, de este site fazer uma postagem abordando também o atual problema de operação da Linha 2-Verde, o qual está ocorrendo, desde o início deste mês, com a bem provável entrada em operação da versão final (“definitiva”) do seu sistema CBTC. Inclusive (não sei se você já teve a oportunidade de ler), o Via Trolebus publicou algo a respeito no último sábado (14).

    Pelos relatos em geral, o tempo de viagem na Linha 2 aumentou (pois os trens andam mais devagar normalmente e com maior tempo de parada), além do atraso que está ocorrendo para o trem partir após o fechamento sincronizado das portas de plataforma (em todas as plataformas que as possuem).
    Assim, com o mesmo carrossel de trens, é claro que a oferta caiu bem (o headway aumentou consideravelmente) e, em última análise, trens e estações estão passando nos picos, em momentos de operação normal (sem falha alguma), por uma superlotação absurda, sem precedentes na história desta linha (imagens não faltam nas redes sociais), e sem motivos reais aparentes, já que não precisa ser muito entendido no assunto para saber que, pelo menos até o momento, não há ainda expressivo excesso de demanda na linha em questão, pois os ônibus do PAESE não conseguem trazer mais gente para a Linha 2 do que o próprio monotrilho o faria ou fará. Sabemos que mês a mês, muito provavelmente, só teremos novos recordes de demanda na Linha 2; portanto, se estão justificando o que está péssimo agora por “excesso de demanda” (segundo eles), como vai ficar isso daqui a alguns meses?! E quando expandir a Linha 2 então?!

    Enfim, precisamos dar voz e publicidade também para este problema tão importante: o da versão final do CBTC da Linha 2 e sua operação muito ruim.

    Muito obrigado por sua atenção!

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