O Metrô de São Paulo recebeu nesta semana apenas duas propostas de grupos interessados em participar da licitação de elaboração do projeto básico de adequação da estação São Joaquim da Linha 1-Azul para receber os passageiros da futura Linha 6-Laranja.
Os consórcios Pólux-Sondotécnica-Egis (Pólux Engenharia, Sondotécnica Engenharia de Solos e Egis-Engenharia) e São Joaquim (SETEC, SMZ, COPEM e Tekhnites) entregaram suas propostas técnicas, espécie de documentação comprovando a capacidade para realizar o serviço. Agora cabe ao Metrô analisar os documentos e então decidir se as qualifica a apresentarem a proposta comercial, com os valores sugeridos para o serviço – o resultado será publicado no site da empresa, mas sem data prevista.
O projeto básico de ligação entre as linhas 1-Azul e 6-Laranja é fundamental para que o Metrô possa lançar uma futura licitação dessas obras a tempo de se preparar para a abertura do novo ramal metroviário, prevista para 2025. A conexão entre os dois ramais é uma das quatro previstas no projeto por enquanto – além dela, haverá ligação com a Linha 4-Amarela (estação Higienópolis-Mackenzie) e linhas 7 e 8 da CPTM (estação Água Branca), mas há previsão de outras conexões com as linhas 19 (Bela Vista) e 20 (Santa Marina).
Assim como ocorreu com Santa Cruz e Luz, a área de ligação entre as duas estações São Joaquim será adaptada ao projeto da Linha 1-Azul, que nunca contemplou essa possibilidade. De acordo com o termo de referência da licitação, haverá um corredor de conexão numa pequena rampa na parte sul do mezanino da atual estação, de onde os passageiros poderão chegar ao poço de acesso da Linha 6, com 54 metros de profundidade.

Até 35 mil passageiros por hora
A ideia do Metrô é que a adequação não exija novas desapropriações além das que foram feitas para a Linha Laranja. As escavações serão feitas sem que seja preciso chegar à superfície, porém, prevê-se a necessidade de desviar o trânsito na avenida Vergueiro enquanto esse trabalho durar. O projeto preliminar ainda sugere que alguns vãos do mezanino atual sejam cobertos para ampliar a área de circulação e permitir a instalação de contadores, necessários para registrar o movimento de baldeação.
O Metrô também prevê ampliar as plataformas para comportar o número elevado de passageiros que passará a circular no local. A proposta envolve alargar algumas áreas e estender as cabeceiras a fim de acomodar novas escadas rolantes.
Segundo a companhia, no pico a estação receberá mais de 35 mil passageiros/hora num cenário projetado para 2025. O maior fluxo previsto ocorrerá entre a Linha 6 e a Linha 1 na direção de Jabaquara, com quase 14 mil passageiros/hora.
A estação São Joaquim foi projetada nos anos 60 e inaugurada em fevereiro de 1975. Atualmente, ela recebe cerca de 13 mil passageiros por dia, número bem menor que no período pré-pandemia, afetado pelo fechamento de inúmeras instituições de ensio na região.
