Linha 8-Diamante vira alvo de surf ferroviário e invasões de cabine

Extensão operacional da Linha 8-Diamante (Jean Carlos)
Extensão operacional da Linha 8-Diamante (Jean Carlos)

Os pingentes ferroviários são pessoas conhecidas por andar nos trens metropolitanos pelo lado de fora das composições, geralmente pendurados pelas portas. A prática, que era restrita a um passado infame, parece estar voltando na Linha 8-Diamante, sob a administração da ViaMobilidade.

Vídeos publicados nas redes sociais com uma certa frequência mostram jovens em atitudes inconsequentes. Sorrindo para câmeras,eles realizam viagens quase que suicidas pelos trens metropolitanos.

Além disso, o acesso indevido às cabines de trens também podem ser vistos em tais publicações. Em postagem realizada pelo site Diário dos Trilhos é possível ver vários jovens dentro das cabines intermediárias de uma composições da Série 7000.

Apesar de as cabines estarem desligadas, um deles aperta alucinadamente a buzina da composição, que segue ativa. Segundo a concessionária, a cabine estava inabilitada e não apresentou riscos para a operação.

A prática, que antes era exceção, parece ter se tornado mais frequente. Não é a primeira vez que vídeos desta natureza são registrados pelos próprios infratores que sorriem e acenam. O site registrou ao menos nove casos desse tipo de prática em vídeos e fotos.

Prática perigosa

O surf ferroviário ou a prática de andar pendurado pelo lado de fora dos trens pode gerar acidentes graves que vão desde eletrocussão, mutilação e morte, dependendo da gravidade das ações.

Até os anos 90, essas ações resultavam em mortes com frequência nos trilhos. Na época, a falta de segurança e um clima de baderna generalizada estavam impregnadas nos trens de subúrbio operados pela Fepasa e, principalmente, pela CBTU.

Jovens nos anos 80 "surfando" no teto de trens da CBTU (Reprodução/YT)
Jovens nos anos 80 “surfando” no teto de trens da CBTU (Reprodução/YT)

Praticamente todos os vídeos registrados na ViaMobilidade são realizados na Linha 8-Diamante. O ramal passa por regiões de vulnerabilidade social e acaba se tornando mais propenso a esse tipo de situação se comparado à bem mais resguardada Linha 9-Esmeralda que passa por grandes centros empresariais da capital.

O que diz a empresa

O site procurou a concessionária para um posicionamento sobre o ocorrido e obteve a seguinte nota:

“A ViaMobilidade lamenta o ocorrido e esclarece que as imagens divulgadas mostram uma cabine intermediária desabilitada, sem possibilidade de causar qualquer impacto à segurança dos usuários.

A empresa repudia veementemente este tipo de ação, classificada como vandalismo, e destaca que investe continuamente em segurança, preservação de seus ativos patrimoniais e na conscientização dos cidadãos.

Por meio de campanhas educativas e da atuação de seus Agentes de Atendimento e Segurança, que realizam rondas constantes, a concessionária trabalha para combater práticas que comprometem o bom funcionamento do transporte público.

A ViaMobilidade permanece investigando o ocorrido e reforça seu compromisso com a segurança de todos.”

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