Às vésperas do leilão de cinco vagões da Série 1700, o presidente da CPTM, Pedro Moro, admitiu que outros trens podem ser desativados em breve, a Série 3000. Em resposta a um seguidor, que lamentava o estado precário dos cinco trens, o executivo respondeu que “a serie (SIC) 3000 está em estudo para não mais fazer parte da frota operacional da CPTM“.
A revelação causa certo espanto já que as composições, fabricadas pela Siemens, são relativamente novas. A primeira unidade foi entregue à companhia em novembro 2000, portanto há exatos 20 anos. Eles foram fabricados na Alemanha com componentes também fornecidos pela Mitsubishi no Japão e foram os primeiros, juntamente com a Série 2000, a exibir alguns padrões atuais da CPTM como ar-condicionado e vagões com quatro portas.
No entanto, foram considerado problemáticos, com seguidas falhas e manutenção precária. Por conta disso, sua disponibilidade para serviço sempre foi crítica e presa à Siemens por contrato. Eles estrearam na Linha 9-Esmeralda, passaram pela Linha 7-Rubi e estão sendo usados na Linha 10-Turquesa há alguns anos, sobretudo no Expresso Linha 10.
No ano passado, a CPTM chegou a cogitar licitar uma revisão geral nos 40 carros produzidos, mas o programa não saiu do papel. Segundo o site Rede Noticiando,em janeiro, pouco antes da pandemia, apenas dois dos cinco trens estavam efetivamente em operação.
Embora seja uma série problemática, o trem alemão é parte importante da frota da CPTM, que ainda carece de um número adequado de composições para atender a demanda de suas sete linhas. Com os projetos de modernização desses ramais será necessário incrementar a quantidade de trens circulando e a empresa está na dependência do sucesso da concessão das linhas 8 e 9 para a iniciativa privada a fim de contar com o reforço de 30 unidades no futuro.
O site enviou questionamentos à CPTM para entender as razões que levaram a empresa a descartar a Série 3000 em seu planejamento. De acordo com a empresa, “A CPTM está readequando a frota conforme a necessidade operacional, de forma a padronizar as linhas e a utilização das composições, que seguem critérios técnicos. Segundo o presidente da CPTM, Pedro Moro, a baixa patrimonial da série 3000 está em estudo e, caso a Companhia opte por esta alternativa no futuro, também seguirá critérios técnicos“.
Atualizado às 12h30 para inclusão da resposta da CPTM.