O documento é tão detalhado que traz até mesmo as estimativas de investimentos para os próximos dez anos, embora seja negado pela Secretaria dos Transportes Metropolitanos, mas sim a apresentação que a pasta traça os planos de expansão para metrô, trens metropolitanos e regionais e ônibus intermunicipais é uma peça real, segundo fontes ouvidas pelo site. Ela faria parte de um material em que o secretário Alexandre Baldy deveria mostrar (ou mostrou) ao governador João Doria (PSDB) os cenários possíveis para expandir os serviços de transportes coletivos de responsabilidade do estado.
Obviamente, os dados apresentados são uma coletânea de estudos em estágios diferentes de execução. Há desde obras em andamento com recursos já obtidos até planos genéricos cujo horizonte é tão distante que seria ingênuo acreditar na sua execução. Ainda assim, ela traça um panorama bastante interessante sobre como pensa a atual gestão.
No que diz respeito às linhas de metrô, o plano é bastante ambicioso. Prevê que a rede (incluindo linhas nas mãos do estado e da iniciativa privada) atinja cerca de 204 km até 2028. É mais do que o dobro da extensão atual, de pouco mais de 96 km. Mas para esse cenário se concretizar seria preciso superar obstáculos enormes que vão do orçamento apertado do governo a atrair parcerias com a iniciativa privada e também uma enorme disposição de outras esferas públicas em agilizar seus trabalhos para não comprometer cronogramas apertados – estamos falando de secretarias do meio ambiente, tribunais de Justiça e de Contas que poderiam contribuir ao fiscalizar esses projetos nas fases iniciais para evitar problemas e não atuar depois, quando os erros já foram cometidos.
A seguir veja um resumo do que propõe o governo em cada linha de metrô, mas lembrando aqui que a Secretaria dos Transportes Metropolitanas, após ser consultada pelo site, negou sua autoria: “A Secretaria de Transportes Metropolitanos desconhece o relatório divulgado sobre investimentos da pasta. Projetos e obras da Secretaria estão em fase de reconhecimento pela nova gestão para a definição de prioridades“. Vamos a elas:
Linha 2-Verde
Licitada e até com contratos assinados desde 2014, a extensão de quase 14 km sairá de Vila Prudente e chegará a Guarulhos. Sem recursos, o governo suspendeu a obra, mas manteve as desapropriações de boa parte dos terrenos. Nada menos que 219 imóveis já estão com o Metrô no trecho que vai até a Penha. A apresentação não informa se a ideia é relicitar a obra ou manter os atuais contratos, mas dividiu a construção em três etapas, a primeira de quatro estações até Vila Formosa e que seria entregue em 2025. A segunda com mais quatro estações até a Penha e conexão com as linhas 11 e 3 ficaria pronta no ano seguinte. Por fim, o último trecho de 6 km e seis estações seria entregue em 2028 fazendo com que a Linha 2 passasse a ser a maior de metrô com quase 29 km.
O investimento necessário é de R$ 11,4 bilhões e a expectativa é que toda a linha transporte 1,9 milhão de passageiros por dia. Para que ela seja iniciada é preciso encontrar R$ 6 bilhões para as duas primeiras fases. Sem caixa, só restaria ao governo empréstimos de longo prazo caso haja crédito disponível.
Linha 6-Laranja
A primeira PPP completa no segmento de transporte sobre trilhos passa pelo processo de caducidade, quando o governo cancela o contrato por abandono da obra. Segundo o documento, o governo estuda três caminhos: comprar a parte da Move São Paulo e repassá-la ao Metrô, desapropriar a PPP e seguir com a caducidade e depois assumir o projeto. Novamente, será preciso encontrar dinheiro para investir na sua retomada a não ser que até agosto, quando a caducidade será efetivada, a Move encontre algum interessado em assumir a sua parte.
Caso a situação se resolva sem quebra de contrato, a apresentação estima que a Linha 6 será entregue em 2023, ou seja, daqui a apenas quatro anos, um cenário bastante otimista.
Linha 15-Prata
O monotrilho da Zona Leste acaba de ser concedido para a iniciativa privada que fará sua operação dentro de alguns meses. A gestão Doria também promete entregar quatro estações quase prontas até o final do ano e já contratou uma construtora para erguer a 11ª estação do ramal, Jardim Colonial, isso em 2021. Mas o material vazado revela pela primeira vez que o governo do estado pretende lançar uma quarta fase da obra com duas estações (Boa Esperança e Jacu-Pêssego) e 2,8 km de extensão. Ou seja, não é o trecho final da Linha 15 que um dia talvez chegue ao Hospital Tiradentes, porém, é uma boa notícia para um modal tão criticado. Somente essas duas paradas acrescentarão 58 mil passageiros por dia, segundo o documento.
Para seguir após Jardim Colonial, a linha precisará do alargamento da avenida Ragueb Chohfi que, segundo a prefeitura de São Paulo, foi assumida pelo Metrô. Caso essa etapa seja lançada a previsão é que fique pronta em 2023.
Linha 17-Ouro
O controvertido monotrilho da Zona Sul aparece nos planos com entrega para 2022. É uma data praticamente fictícia afinal não se tem hoje a mínima condição de definir uma data em que um novo grupo empresarial assumirá as obras abandonas pelo consórcio Monotrilho Integração muito menos fabricar os trens necessários para operar no trecho.
Talvez pela falta de perspectiva, a apresentação não traga nenhuma notícia sobre as duas fases suspensas, mas ao menos cita a extensão útil do ramal, de 6,7 km e não quase 8 km que a gestão anterior considerava e que incluía trechos de vias que serão usados para manobras por enquanto.
Linha 18-Bronze
Foi dessa apresentação que surgiram os dados comparando o monotrilho com o BRT como alternativa para a Linha 18-Bronze. É uma lâmina da apresentação que traz pouco a acrescentar exceto pelo estudo do corredor de ônibus. Nela está a previsão de entrega em 2022, mas isso se o governo conseguir resolver o problema das desapropriações. Contudo, faltou informar com mais precisão o prazo para transformá-lo num BRT afinal seria preciso rescindir o atual contrato, indenizar a VEM ABC, começar toda a parte de projetos e estudos de desapropriação, ambientes e tudo mais para então chegar ao mesmo estágio do monotrilho.
Linha 19-Celeste
Com dotação de R$ 50 milhões no atual orçamento, a Linha 19-Celeste deve ter o contrato básico contratado para o trecho entre Guarulhos (Bosque Maia) e a estação Anhangabaú, com 17,6 km e 15 estações. É uma espécie de prévia para que seja preparado o edital, nesse caso, de concessão patrocinada, ou seja, para que a iniciativa privada implante, opere e faça sua manutenção. Com custo de R$ 15 bilhões, não há como viabilizá-la sem contar com empresas interessadas por ela.
Novamente, o cronograma é otimista: prevê entregá-la em 2025, portanto, daqui a apenas seis anos. Para que isso ocorra seria preciso um edital muito claro e que previsse um potencial de exploração comercial muito maior do que o da Linha 6, por exemplo, que só teve um interessado. Com tantas incertezas jurídicas e um retorno baixo, as PPPs do setor até agora não se mostraram interessantes.
Linha 20-Rosa
Pela estimativa de custo, a Linha 20-Rosa, um raro ramal que começa e termina em regiões centrais, não chega a ser tão alto assim. Segundo o documento, o custo por km seria de R$ 1,17 bilhão, um pouco inferior ao da Linha 19. No cronograma apresentado, o governo investirá R$ 50 milhões em projetos para preparar a licitação, estima-se, em 2021. A construção então começaria em 2022 e seria concluída em 2028.
Indo de Moema até a Lapa, a Linha 20 terá 15 estações nessa fase e fará conexão com nada menos que sete linhas de metrô e da CPTM, com movimento diário de 560 mil pessoas.
Linha 22-Bordô
A linha pendular que sairá da Granja Viana e terminará na esquina das avenidas Rebouças e Faria Lima chegou a ser pensada como monotrilho mas virou um metrô pesado. Serão 13 estações espalhadas por 16,1 km de extensão que deverão receber um público estimado em 449 mil pessoas por dia. Pela sua característica, funcionaria mais como um trem metropolitano que servirá para trazer usuários de regiões distantes e que farão conexão nas três últimas estações, todas distantes das linhas centrais da cidade.
Na sequência apresentada no documento, a Linha 22 começará a ser estudada a fundo em 2021, mas terá as obras iniciadas em 2022 com entrega também prevista para 2028.
Caso todo esse plano se concretize, São Paulo teria cerca de 204 km de metrô (108 km extras), além de mais de 280 km de trilhos da CPTM, num total próximo a 500 km de trilhos – sem contar o Trem Intercidades, também previsto no documento. A região metropolitana então passaria a contar com 11 linhas de metrô, cinco a mais do que hoje, uma situação bem melhor do que a atual, mas ainda insuficiente para os desafios de mobilidade existentes.
Não custa voltar a lembrar que esse plano é um esboço e que nada do que foi descrito aqui está de fato confirmado, com exceção de trechos em obras. Mas é de se comemorar que todo o trabalho que o Metrô desenvolveu nos últimos anos esteja sendo considerado nessa apresentação. Em tempos não muito distantes, houve governadores que resolveram “inventar moda” e hoje estamos pagando por essa falta de planejamento.
Eu moro na Ragueb Choffi, entre o que seriam as estações Jacu Pêssego e Boa Esperança, os terrenos já estão desocupados há anos e confesso que sempre me perguntei como fariam duas estações numa avenida tão comprimida, fiquei triste em saber que ficarão prontas apenas quando eu estiver nos meus 20 anos, sendo que já deveriam estar prontas há muito tempo.
Muito provavelmente não vai chegar mesmo, no máximo até lá teremos a Linha Prata até Jd Colonial, Linha Ouro só com a primeira fase em operação e com muito boa sorte parte da Linha Laranja sendo finalizada.
Linha Bronze podemos esquecer, vai ser BRT mesmo, está definido, não sei porque ainda ficam de conversinha fiada que ainda estão estudando a melhor opção.
A linha bronze provavelmente vai ter ônibus da Metra (a mesma empresa do trolebus), tem muitos que suspeitam dessa empresa estar colaborando com o travamento do projeto.
Sempre suspeitei disso. Afinal a Metra perderia muuuuitos passageiros com o monotrilho saindo de SBC.
Não é videntismo, é palpite, e isso não é proibido de se fazer por aqui…
No mapa da linha 20 a estação Cerro-Cora fará ligação com a linha 2, mas não consta nessa apresentação planos de expandir a linha 2 no sentido da Vila Madalena…
Esse final da reportagem ficou com cara de programa do Nelson Rubens, atriz famosa é vista com moreno misterioso…
” Em tempos não muito distantes, houve governadores que resolveram “inventar moda” e hoje estamos pagando por essa falta de planejamento.”
Que moda? Qual governador? Muita subjetividade.
E a linha violeta para a zona leste ?
Na minha opinião era melhor acabar com as obras das linhas 15 e 17 e a 2 verde e depois a 6 laranja ai começariam a linha violeta pois a zona leste é a mais lotada ,imagine daqui a 6 anos como estara a linha 3 vermelha .
Agora vem falar de linha rosa e bordo
Se nas Obras da PPP Iluminação tivemos um desvio ae de 6.8 Bilhões qdo ele Diria foi Prefeito em apenas 1 Ano, imaginem uma Obra p todo o Estado ( isso é tb uma forma de se Perpetuar por mais 4 anos no Governo)
O Dória vive de propaganda e PowerPoint. Executar que é bom nada. Se conseguir voltar a tocar a linha laranja e terminar a linha ouro, já será muito.
Se fosse até 2040 seria uma visão mais realista, pois até lá muda governador, pode ter corte de verbas, mudanças drásticas nos projetos…
A não ser que façam a ritmo de obras urbanas que nem na China… mas seria um milagre.
Opa, que legal. Tem a parte referente a CPTM tbm? Seria interessante saber o que o futuro nos reserva na Linha 13, esperança dos guarulhenses.