Veja como serão as novas estações da Linha 2-Verde até Penha

Oito novas estações terão projetos modernos, com iluminação natural, portas de plataforma e requalificação do entorno
Novas estações da Linha 2-Verde

Com obras marcadas para serem iniciadas no primeiro trimestre de 2020, a expansão da Linha 2-Verde de Vila Prudente até a Penha promete agitar a região onde ficará as oito novas estações do trecho. Mas também significarão a requalificação de espaços, a melhora na acessibilidade e na qualidade de vida de quem mora em bairros como Vila Formosa, Aricanduva ou Vila Nova Manchester.

Com 8,3 km de extensão, esse novo trecho fará da Linha 2-Verde a mais extensa do que é chamado como “metrô” pelo governo com 23 km ao todo – sem contar o trecho até Guarulhos. Hoje o ramal já transporta mais de 800 mil pessoas em dias úteis aos quais se acrescentarão outros 377 mil usuários, segundo o governo. Os moradores da região poderão acessar a partir de 2025 (caso a promessa da gestão de João Doria seja cumprida) uma rede metroferroviária que que estará próxima dos 400 km de entensão na época.

Para fornecer uma ideia de como ficarão as novas estações da Linha 2, o site publica a seguir projeções produzidas pelos escritórios de arquitetura e engenharia contratados pelo Metrô no início da década. São imagens criadas a partir de projetos iniciais e portanto passíveis de mudanças como materiais ou soluções, porém, são bem próximas do que a companhia deverá erguer nos terrenos desapropriados para obras. Confira:

Estação Orfanato

A primeira estação da extensão da Linha 2-Verde ficará a cerca de 880 metros da parada Vila Prudente, atual terminal do ramal. Os acessos ficarão na rua Dr. Sanareli na esquina com a Rua do Orfanato. A estação terá um prédio técnico externo e três clarabóias circulares que deixarão a luz solar iluminar seu interior. Profunda, a estação Orfanato terá cinco pisos até suas plataformas laterais. Sua construção ficará a cargo da Mendes Júnior como parte do Lote 3.

Estação Água Rasa

Distante quase 1.200 metros da estação Orfanato, Água Rasa ficará localizada num largo onde hoje correm paralelas as avenidas Adutora do Rio Claro e Sapopemba. Nessa parada haverá um terminal de ônibus de concepção arquitetônica cujo telhado será feito em ondas. Ele fará a ligação entre as diversas linhas de ônibus que passam na região com o Metrô. A estação terá um grande poço circular semelhante ao da estação Pinheiros (Linha 4), porém, com apenas quatro andares até as plataformas laterais. A parada também faz parte do Lote 3 vencido pela Mendes Júnior.

Estação Anália Franco

Já havíamos mostrado aqui no site como a estação Anália Franco deverá ficar, ela que deve ser uma das movimentadas do Metrô quando também receber a Linha 16-Violeta, que deve assumir parte do traçado do trecho leste da Linha 6-Laranja. Na concepção do projeto, a estação terá quatro lances de escadas até a plataforma da Linha 2-Verde e outros três até o passageiro chegar à futura Linha 16, caso ela seja confirmada um dia pelo Metrô. Indenpendentemente de qual projeto seguirá em frente, a construtora Mendes Júnior, também responsável por seu lote (4) já construirá o espaço previsto para a nova linha assim como foi feito na estação Chácara Klabin que preparou o subsolo para as plataformas da Linha 5-Lilás. Anália Franco estará distante 1.258 metros da estação Água Rasa e será vizinha do shopping homônimo e do clube CERET.

Estação Vila Formosa

Infelizmente, o site não encontrou nenhuma projeção da estação Vila Formosa, que ficará localizada na confluência das avenidas Eduardo Cotching e rua Tauandê e distante 950 metros da estação Anália Franco. Assim como Água Rasa, Vila Formosa também contará um terminal de ônibus que atenderá ao corredor da avenida. Vila Formosa será responsabilidade do consórcio Galvão Engenharia e Somague no Lote 1 que também inclui os trabalhos com o tatuzão que será usado nas escavações.

Estação Guilherme Giorgi

Batizada com o nome do fundador do Cotonifício Guilherme Giorgi, industrial italiano que praticamente criou o Jardim Textil, ao lado de uma das suas fábricas, a estação será uma das mais profundas da Linha 2-Verde. Para chegar ao nível da plataforma será preciso descer sete níveis, também em uma solução arquitetônica semelhante à da estação Pinheiros. O acesso se dará pela lateral desse poço que contará com uma cobertura parecida com a da estação Vila Prudente, mas um prédio técnico externo nos moldes da Linha 5-Lilás. O entorno onde ficará a estação Guilherme Giorgi é residencial e conta com alguns terrenos vazios como o do próprio cotoníficio, o que se faz imaginar que será aproveitado pelo setor imobiliário, dada a facilidade proporcionada pela passagem do ramal de metrô. A poucos metros dali haverá um estacionamento subterrâneo de trens que servirá para alimentar a linha em estratégias nos picos, o chamado “Complexo Rapadura”.

Estação Nova Manchester

Localizada na esquina da avenida Guilherme Giorgi com a Conselheiro Carrão, a estação Nova Manchester estará encravada numa área de grande comércio e serviços, algo raro nesse trecho novo. Ela fica distante de Guilherme Giorgi 860 metros e terá um projeto bastante arrojado que mescla espaços abertos com teto com pequenas perfurações e paredes inclinadas de concreto. Sua inserção na malha urbana deve lembrar paradas como Alto do Ipiranga ou Hospital São Paulo.

Estação Aricanduva

Prevista para ocupar uma área ao lado da movimentada avenida Aricanduva, a estação contará com um pequeno terminal de ônibus e grande área ocupada por praças. Seu acesso se dará por passarelas que atravessarão o Córrego Aricanduva para facilitar o deslocamento dos usuários. Por fora, a estação Aricanduva terá uma enorme cobertura metálica com uma pequena iluminação natural. Serão três pisos até a plataforma contando do térreo ou quatro para os passageiros que acessarem o local pela passarela. A parada estará localizada a 917 metros da estação Nova Manchester.

Estação Penha

A nova estação Penha será uma das obras mais complexas do novo trecho por prever a conexão com as linhas 3-Vermelha, do Metrô, e 11-Coral, da CPTM, o antigo Expresso Leste. Por essa razão, será preciso construir uma nova plataforma para o ramal de trens metropolitanos, recuperando uma antiga parada existente no local. A plataforma da Linha 2 ficará a quatro pisos do térreo e a parte subterrânea será bastante ampla para dar conta de um imenso movimento de passageiros que é esperado. A concepção arquitetônica do conjunto é bem menos inspirado que das outras estações e prevê uma nova cobertura metálica para a atual estação Penha, assim como uma passarela que dará acesso a um prédio de ligação com a Linha 2. Entre eles haverá um prédio menor onde ficará o acesso para os passageiros que vêm de fora do sistema metroferroviário e que poderão chegar às linhas 3 e 11 subindo uma escada ou para a linha Verde descendo.

Projeções dos escritórios Fernandes Arquitetos, Systra, Infra7, Ponto de Apoio Arquitetura e Luiz Esteves Arquitetura.

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18 comments
  1. Excelente matéria, parabéns.

    No ínicio achava que a estação Aricanduva iria ficar próxima ao Shopping Aricanduva, mas pelo visto será longe pra cacete.

    1. Felipe, deve existir uma estação ao lado do shopping, a estação Cidade Líder, prevista para a Linha 6-Laranja originalmente.

  2. Ricardo,

    A Linha 11-Coral não se chama mais “expresso leste”. A CPTM unificou a linha.

  3. Só eu acho essa extensão uma loucura? Os trens já sairão lotados da Zona Leste e imagino o que ocorrerá quando chegarem à Vila Prudente (e receber os passageiros do monotrilho), à Chácara Klabin (e receber os passageiros da Linha 5), à Ana Rosa (Linha 1) e ao Paraíso (Linha 3). Acho que essa linha ficará completamente inviável.

      1. E também os passageiros da futura Linha Bronze, seja a opção correta:monotrilho, ou a opção ridícula: BRT do Doria

  4. Porque as estações de metrô em São Paulo precisam ser tão grandes e porque todas as estações que eles têm feito recentemente precisam ficar em uma praça gigantesca que é vazia e não têm outras funções comunitárias? Nem banco de praça elas têm. E ainda agora fazem todas com um prédio de apoio de uns 3 andares ao lado que não faço ideia pra que servem e porque precisam de tantos.

    Na Europa é muito comum as estações serem completamente subterrâneas com múltiplas saídas, saindo do solo e ocupando pouco espaço, mais ou menos como são as estações da Av. Paulista. Ou então nas linhas elevadas, as estações são pequenas como a da Estação Armênia ou a Sumaré, que são apenas uma ponte com escadas, bem mais simples do que as estruturas gigantescas que estão fazendo no monotrilho da linha 17-Ouro.

    Me parece que isso também permitiria que as estações ficassem mais baratas e pudessem ser construídas mais próximas umas das outras. Na Europa é muito comum você poder andar a pé de uma estação pra outra.

    1. A demanda é muito grande para ter estações muito pequenas.

      As 6 linhas de Metrô transportam cerca de 5.3 milhões de pessoas por DIA (Linha 1 – 1,8 milhão, Linha 2 – 800 mil, Linha 3 – 1,4 milhão, Linha 4 – 700 mil, Linha 5 – 620 mil e Linha 15 – 62 mil).

      Tem estações que transportam 200 mil pessoas por dia (Palmeiras Barra Funda – Sé).

      Não dá pra fazer estação pequena para demandas enormes, satura de imediato o local.

      1. Eu não estou reclamando do tamanho da estação em si, mas do exagero de espaço ocupado na superfície. Faz todo o sentido a estação Santa Cruz ser gigante. Mas, por exemplo, a praça da estação Eucaliptos é ridiculamente grande e não serve pra nada além de reservar o terreno.

        Além disso, essa saturação acontece justamente porque são poucas estações. Com mais estações esse volume de pessoas seria distribuído entre elas, não?

        Na mesma linha 5 lilás, a Estação Campo Belo é muito longe da Eucaliptos. A Ana Rosa e Santa Cruz também são bem longe uma da outra. Uma estação no meio delas certamente aliviaria as duas. E não há necessidade de uma praça gigante.

        Em Londres a estação Oxford Circus é uma das maiores e não é tão grande quanto a Santa Cruz e não ocupa uma praça tão grande quanto a Eucaliptos.

        1. Fale sobre a Estação Canary Wharf que é enorme, tem uma claraboia e muitas das estações novas da Linha 5 foram baseadas na Canary Wharf.

          Com a necessidade de acessibilidade plena, não da para construir estações com uma entrada acanhada e um elevador acanhado, como as da Paulista.

          Quer economizar dinheiro de verdade? Pare de construir obras para CARROS.

    2. Mesma coisa em Tóquio, as entradas são majoritáriamente pequenas como as da paulista usando pouco espaço na superfície, uma cidade bem maior e populosa que são paulo, não sou capaz de entender porque precisamos construir um palácio para cada estação, me parece perda de tempo e só

  5. A linha 3 vermelha já está há tempos saturada, qual saída para esse problema a longo prazo por assim dizer?

  6. Não gosto muito dessas estações malufônicas. Prefiro o conceito mais simples da linha 1 e das primeiras estações da linha 2.
    Tem croquis do trecho Penha-Dutra?

    1. E a acessibilidade que se dane, não é?

      Tudo acanhado, apertado….

      Mas ninguém reclama de viadutos para carros que custam centenas de milhões de reais para atender a uma minoria.

  7. Não entendo o motivo das novas estações serem tão faraônicas, deveriam adotar o conceito das estação da linha 1 e 2 que são simples mas acessíveis a todos. Agora desapropria um terreno enorme e deixa o espaço subutilizado, vide as estações da linha 5, que tem um monte de concreto e uma grama em volta que não fica um pé de gente. O espaço desapropriado para a linha Higienópolis da linha 6 também segue vai seguir esse padrão faraônico.

    1. Pq hoje os tempos são outros, a demanda é monstruosa.

      Já viu como fica as estações Brigadeiro, Trianon e Consolação as 18:00hs? saturadas, filas que saem na rua.

      Se tivessem construido maior, não estariam saturadas. Paraíso não fica assim no mesmo horário.

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