Além de Água Branca: Linha 9-Esmeralda vai chegar até Barueri
ViaMobilidade deverá expandir serviço de trens compartilhando trilhos com a Linha 8-Diamante

A adição da estação Varginha à Linha 9-Esmeralda em janeiro não será a última extensão do ramal de trens metropolitanos. A ViaMobilidade planeja oferecer outros tipos de viagens aos passageiros a médio e prazo.
Um dos novos destinos foi antecipado pelo MetrôCPTM, a estação Água Branca. Como mostramos em primeira mão, a Secretaria de Parcerias em Investimnetos (SPI) acertou com a concessionária uma mudança contratual para viabilizar a implantação do novo sistema de sinalização ETCS e também a construção de um viaduto ferroviário próximo ao Rio Tietê, onde a Linha 9 se encontra com a Linha 8.
Graças a essa nova via será possível que os trens do ramal possam seguir em direção ao centro de São Paulo em vez de Osasco, como ocorre hoje.
Mas há mais novidades, a operação até Barueri. O município na região oeste da Grande São Paulo é hoje atendido pela Linha 8-Diamante e também oferecerá a alternativa aos usuários de embarcar no sentido da Zona Sul da capital.

Na prática, significa acrescentar mais sete estações à Linha 9, que hoje tem 21 paradas. Com o serviço até Água Branca serão mais quatro estações, chegando a um total de 32 opções de destino.
Horizonte ainda incerto
A despeito dos planos, ainda não há detalhes sobre como funcionarão esses novos serviços. O que parece evidente é que a ViaMobilidade irá aproveitar uma infraestrutura mais capaz para oferecer várias opções de viagens.
Hoje isso não é possível justamente porque faltam condições técnicas em relação à vias, alimentação de energia, sinalizações e mesmo trens, a despeito da entrega de 36 composições da Série 8900.
Com o novo viaduto, e um sistema de controle mais moderno, será possível reduzir o tempo entre viagens ao mesmo tempo em que obras de recapacitação são entregues nos próximos anos.

Para os usuários será uma situação interessante já que atualmente a operação é um tanto limitada, desperdiçando uma oferta mais adequada à demanda.
Embora não exista um cronograma público ainda, pela complexidade do projeto é de se esperar que vá demorar um pouco.
A chegada à Água Branca depende das obras a cargo da TIC Trens enquanto a própria ViaMobilidade ainda precisa definir todos os aspectos das intervenções pretendidas.
Substituir um sistema de sinalização com os trens operando é um grande desafio, como se vê na eterna implantação da tecnologia CBTC no Metrô.
Portanto, vale esperar sentado pelas melhorias, se houver lugar no trem.
Aí vem a questão, não estava no planejamento usarem o trecho Barueri – Pres. Altino (que tem boa parte dele com trilhos extras no meio) pro novo TIC? A 9 vai compartilhar as mesmas vias da 8 nas duas expansões?
Esse trecho o TIC Oeste vai receber vias exclusiva para ele, enquanto a Linha 8 e 9 compartilham as mesmas vias. Resumindo, Quem pega o TIC Oeste vai direto para Água Branca enquanto vê as pessoas nas estações da Linha 8 pegando o trem errado pensando que estão indo para Barra Funda.
Com isso, é bem possível que possa ocorrer o seguinte:
L8 operando com intervalo mínimo entre trens de 6 min para sempre, sem possibilidade de redução (no trecho principal, mais movimentado, entre Barueri e Barra Funda), para que, entre um trem e outro da L8, possa ser inserido um trem da L9 (para Água Branca de um lado, e para Barueri no outro sentido).
Assim, haveria um intervalo médio de 3 min entre todos os trens (L8+L9) que percorrerão o trecho entre Barueri e Água Branca.
Impossibilidade total de compartilhamento de vias da L8 com TIC expresso e/ou parador de/para Sorocaba.
Não haveria espaço físico para tal sem atrapalhar o serviço das linhas 8/9.
Existência de 2 loops na L9 (com destinos completamente diferentes), alternados 1:1.
Um percorrendo o trecho Varginha — Água Branca (a cada 6 min nos picos);
outro percorrendo o trecho Varginha — Barueri (a cada 6 min nos picos).
Portanto: trens a cada 3 min (nos picos), na L9, entre Varginha e Ceasa (a partir de Ceasa, cada trem, alternadamente, toma um rumo diferente, ou vem de rumo diferente para o sentido Varginha).
Necessidade de colocar letreiros digitais com o destino em cima de cada porta do trem, assim como é adotado no metrô do Rio (porém, precisa funcionar sempre, e não só de vez em quando como no Rio, rs).
Senão, vai ter muito passageiro se perdendo por aí.
Por fim, é preciso uma operação muito bem feita, para que o trem de uma linha não precise parar a todo instante para aguardar a movimentação do trem à frente, sobretudo, é claro, na intersecção entre as duas linhas.
Havendo compatibilidade e segurança no controle e na sinalização, perfeito!
No mundo inteiro é comum que diferentes linhas de trens metropolitanos dividam as mesmas vias em muitos trechos.
Aqui também já foi assim, nos tempos da CBTU. Porém quando a CPTM assumiu as linhas metropolitanas, algum “engenheiro-gênio” de gabinete decidiu que cada linha deveria funcionar em vias exclusivas (igual o Metrô), ignorando as particularidades técnicas e logísticas dos serviços ferroviários metropolitanos.
Agora precisamos recuperar o atraso.