Cinco anos depois, São Paulo voltará a contar com uma nova obra de metrô

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Foi no dia 13 de abril de 2015 a última vez que São Paulo testemunhou o início das obras de mais uma linha de metrô. O ramal em questão era a Linha 6-Laranja, uma PPP plena tocada pela concessionária Move São Paulo que naquela data iniciou os trabalhos após meses de atraso por conta de desapropriações. Como se sabe, o projeto está parado à espera da venda da concessão para a Acciona, num processo que deve ser resolvido até o próximo dia 9.

Cinco anos depois, no entanto, os paulistanos voltarão a contar com uma nova obra de metrô, a extensão da Linha 2-Verde entre Vila Prudente e Penha. No final desta manhã de sexta-feira (17) o governador João Doria assinará a ordem de serviço para início das obras, conforme aviso enviado à imprensa. Trata-se da última autorização para que o projeto de expansão comece de fato, quando os consórcios que venceram a licitação podem mobilizar pessoal, máquinas e instalar canteiros.

O início de fato das obras deverá ocorrer em até 90 dias, o que pode ser facilitado pelo fato de quase todos os terrenos estarem liberados, ao contrário do que ocorreu com a Linha 6, por exemplo. Nos próximos meses, o consórcio responsável pela escavação dos túneis deverá encomendar o equipamento shield (tatuzão) e que em tese chegaria ao país em 2021.

Em paralelo, o Metrô deverá lançar uma nova licitação de material rodante e sistemas. Segundo o governo, serão necessários mais 22 trens para dar conta da demanda extra, lembrando que se trata de um ramal com bitola de 1.600 mm e alimentação por terceiro trilho, um padrão que as últimas duas linhas construídas (4 e 5) abandonaram.

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Trecho de Guarulhos num futuro breve

Em entrevista coletiva, o secretário Alexandre Baldy afirmou que o trecho de 5,9 km e cinco estações até Guarulhos também está em andamento. Segundo o executivo, as desapropriações serão concluídas quando então será contratado o projeto executivo e que permitirá a licitação de obras civis até a estação Dutra.

Atualmente, o governo toca três linhas metroviárias, a 4-Amarela, a 15-Prata e a 17-Ouro, todas elas há anos em obras. Esta última, por exemplo, teve início em abril de 2012, ainda sob a perspectiva de ser entregue para a Copa do Mundo. De lá para cá, o governo do estado licitou duas PPPs, a da Linha 6 e da Linha 18, mas nenhuma avançou – o monotrilho acabou cancelado no ano passado.

Mapa das estações do prolongamento da Linha 2 - Verde
Mapa das estações do prolongamento da Linha 2 – Verde: por enquanto até Penha

Por isso, a obra da Linha 2 é tão significativa. Ela também marca a retomada da expansão subterrânea do metrô, considerada a mais importante para a Grande São Paulo por ter um impacto menor por onde passa e por ser uma linha de grande demanda. Segundo o governo, esse novo trecho de 8,3 km e oito estações atrairá diariamente 300 mil passageiros, número que subirá ainda mais quando ela chegar à Guarulhos numa segunda fase.

O custo do projeto é estimado em R$ 6 bilhões e o prazo informado na época do anúncio no ano passado é de que fique pronta em 2026. Quando isso ocorrer, a Linha 2-Verde será uma das maiores e mais movimentadas linhas do país e terá a importante tarefa de atrair parte da demanda que hoje está na Linha 3-Vermelha. Para isso, haverá uma interligação na estação Penha que permitirá que os passageiros cheguem à regiões como a avenida Paulista ou a Zona Sul de São Paulo sem passar pelo centro da capital.

Para tirá-la do papel, no entanto, Doria precisou que os consórcios vencedores se reorganizassem já que a licitação havia ocorrido em 2014 e muitas empresas estão em dificuldades financeiras como a Mendes Junior e a CR Almeida. Por isso, novos integrantes chegaram como a empresa PowerChina.

Ao contrário do que tem pregado Doria, as obras da Linha 2-Verde serão um projeto convencional sem a participação da iniciativa privada. Os próximos projetos, no entanto, devem envolver concessões e parcerias já que o governo do estado já não conta com tantos recursos em caixa para bancar essas obras.

 

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