No papel, a estação Mendes-Vila Natal deverá atrair um fluxo de passageiros enorme, inicialmente de 15 mil usuários por dia quando estiver de fato operando. Já a estação João Dias, construída pela iniciativa privada, possui uma previsão mais modesta, em torno de 10 mil pessoas por dia.
Na vida real, no entanto, a situação é oposta. Dados do movimento de passageiros de novembro disponibilizados pela CPTM confirmam que as duas estações da Linha 9-Esmeralda têm desempenho bastante diferente, causado pelo tipo de serviço disponibilizado.
Enquanto João Dias atraiu quase 32 mil passageiros em seu primeiro mês de funcionamento, Mendes-Vila Natal recebeu somente 3.384 usuários durante todo mês, ou pouco mais de 10% da primeira.
Explica essa disparidade o fato de que João Dias funciona em horário pleno desde sua estreia, algo raro em estações novas. Já Mendes-Vila Natal foi entregue pelo governador João Doria sem estar pronta de fato – os sistemas necessários para integrá-la ao restante da Linha 9 não haviam sido concluídos em agosto, quando a atual gestão decidiu inaugurá-la.

Por conta da pressa do tucano em apresentar resultados, a CPTM presta um serviço muito aquém do esperado pela população da região, que aguarda há uma década pela chegada da Linha 9 de fato.
A quase inutilidade da estação, localizada no extremo sul da capital, é tamanha que o movimento de novembro conseguiu ser praticamente idêntico ao de setembro, mesmo com a ampliação do horário de funcionamento em uma hora.
O governo tem dados sinais que a operação será ampliada para um serviço minimamente atraente em 2022, mas não há previsão exata sobre isso ainda.
Enquanto isso, João Dias, localizada no meio da carrossel de trens, só pode ser aberta com a sinalização funcionando, o que explica o início dentro do que esperam os passageiros. Ou seja, ela já atende um terço do previsto, número que deve subir à medida que as pessoas passarem a planejar seus deslocamentos com a nova estação incluída.