Estação Varginha, da Linha 9-Esmeralda, continua a mostrar pouco avanço nas obras

Vídeo recente com imagens aéreas da futura estação terminal do ramal da CPTM revela canteiros quase vazios mesmo após vários anúncios de retomada
Imagem aérea da estação Varginha em 2020 (Reprodução/Youtube)

Quem acompanha os perfis em redes sociais da Secretaria dos Transportes Metropolitanos, Metrô, CPTM e sobretudo de seus executivos certamente notou a grande frequência de atualizações sobre o avanço das obras e de projetos que são postados praticamente todos os dias. Trata-se de uma iniciativa que deve ser valorizada, não há dúvida, porém precisa ser estendida também para o que não está evoluindo como planejado.

A eterna promessa de que os trens da Frota F da Linha 5-Lilás voltarão ao serviço é um desses assuntos que não entram na pauta dessas postagens. Ou as obras na estação Varginha, parte da extensão da Linha 9-Esmeralda em direção ao extremo sul. Ao contrário de Mendes-Vila Natal, que avança firmemente para ser concluída no final deste ano, Varginha teima em não sair do papel.

Nesta semana, a STM até postou algumas imagens de funcionários da empresa contratada levantando uma parede e concretando uma escada, mas o cenário do canteiro de obras é desolador. As estruturas da estação, pichadas por meses de abandono, continuam praticamente da mesma forma, mesmo após sucessivos anúncios de retomada dos trabalhos.

O cenário fica mais claro graças a um vídeo com imagens aéreas de um drone realizadas semanas atrás e postado no Youtube que mostra o estado real das obras. Nele é possível notar alguma movimentação de terra, três máquinas e uma modesta construção em madeira que deve servir aos funcionários da construção. Nada que lembre a mobilização necessária a uma obra dessa envergadura e que inclui também um terminal de ônibus anexado.

O vídeo revela que os trabalhos de fato estão ocorrendo nas vias que ligarão Varginha à Mendes-Vila Natal. Nesse trecho de 1,6 km já se notam a construção de estruturas que comportarão o cabeamento da linha. A via está praticamente desempedida, com exceção de um pequeno viaduto que foi deixado incompleto pelo consórcio que havia iniciado a obra anteriormente. No geral, o descompasso com o primeiro lote, que vai de Mendes à Grajaú, é gritante. Nesse trecho já até a rede aérea sendo instalada, assim como trilhos – sem falar na própria estação.

Promessas de retomada

A lentidão com que Varginha vem sendo tocada preocupa. As obras de extensão da CPTM dependem de recursos federais e foram atrasos nesses repasses que teriam impedido que a estação fosse retomada. Ao que parece, esse dinheiro não está chegando como deveria. Dos quase R$ 1 bilhão que custará o trecho, pouco mais da metade sairá dos cofres da União.

Em janeiro, quando a gestão Doria anunciou pela segunda vez a retomada da obra, os trabalhos já estavam parados desde maio do ano passado. Na ocasião, o governador comemorava o recebimento de R$ 87 milhões para destravar os trabalhos em Varginha, mas passados quatro meses pouca coisa mudou.

Prevista apenas para 2022, a estação Varginha deverá atrair uma demanda de mais de 50 mil passageiros que hoje precisam usar ônibus para chegar até a estação Grajaú. Espera-se que essa promessa não fique pelo caminho novamente.

Estação Varginha: projeto ainda longe da realidade (Oficina do Desenho)

Total
0
Shares
Antes de comentar, leia os termos de uso dos comentários, por favor
10 comments
      1. Nesse caso será o contrário, o governo federal jamais liberará dinheiro para uma obra que pode servir de vitrine para um provável concorrente na disputa eleitoral.

  1. Ricardo, afinal quando os trens da frota F voltam a rodar na linha 5 lilas do METRO ?? alguma noticia desta novela mexicana ?? Governo priorizou recursos na estaçao Mendes-Natal que estava mais adiantada e pode terminar em 2021, nao vejo como Varginha vai ficar pronta em 2022, ainda mais com esta pandemia tirando o foco de obras ??

  2. É inacreditável. Senão me engano, quando começaram a trabalhar na área, a previsão era de que a estação seria entregue em 2006. Passados 14 anos, pouco mudou… 2022 acho uma previsão otimista. Pelo histórico, chutaria que fica pronta para as eleições de 2024 ou 2026

    1. Nunca existiu promessa ou obras realizadas nesse trecho na década de 2000. A linha foi desativada em 2001 e assim ficou até 2014, quando as obras foram iniciadas.

      Diante da crise econômica vivida pelo país desde 2014, essa obra nem deveria estar sendo realizada, dado que não é prioritária e só vai facilitar (e piorar) ainda mais a ocupação da área de proteção ambiental. Daí quando 7 milhões de paulistanos ficarem sem água daqui 20 anos (por destruição dos mananciais) , muitos irão descobrir o verdadeiro preço dessa obra ferroviária.

      1. Proteção ambiental se resolve com fiscalização, não privando a população ter qualidade no transporte público.

Comments are closed.

Previous Post

Brasil se tornará vitrine para o SkyRail, monotrilho da BYD

Next Post

Nova estação Francisco Morato deverá ser entregue no início do segundo semestre

Related Posts