Metrô autoriza obras para reduzir intervalo entre trens na Linha 15-Prata

Linha 15-Prata: ainda em manunteção, ramal pode voltar a operar na segunda, dia 6 (CMSP)

Prestes a ganhar mais três estações nos próximos dias, a Linha 15-Prata do Metrô será ampliada em quase um quilômetro de extensão até 2022. Não, não se trata de uma nova estação e sim do aprimoramento das vias a fim de permitir que o intervalo entre os trens seja reduzido. Para isso o Consórcio Expresso Monotrilho Leste (CEML) assinou um aditivo no valor de R$ 66,3 milhões para construir duas extensões de vias, uma após a estação Vila Prudente, com 380 metros, e outra depois da futura estação Jardim Colonial, com 560 metros.

De acordo com o longo termo de aditamento, as duas pontas do ramal de monotrilho passarão a contar com os aparelhos de mudança de via, chamados em inglês de “track-switches”. Com isso, a ideia é que os trens possam manobrar após as estações e assim tornar o carrossel mais eficiente já prevendo o grande aumento de demanda quando a linha chegar à Jardim Colonial em 2021.

Segundo nota enviada pelo Metrô ao site, “o aditivo contratual com o Consórcio CEML foi feito para a permitir a construção de novos sistemas de mudanças de via que vão agilizar a manobra dos trens, possibilitando a redução do intervalo da linha”. Questionamos a companhia sobre os detalhes dessas mudanças e se elas já são parte da futura extensão até a região de Cidade Tiradentes, mas o Metrô não comentou.

Como dito, o aditivo altera vários itens do contrato original, assinado em 2010. É um sinal bastante claro de que o governo do estado tem planos de retomar sua expansão e para isso acordou com as empresas do consórcio um novo cronograma de pagamentos em que as futuras fases foram desmembradas. Com isso, será possível assinar novas ordens de serviço segmentadas à medida que o Metrô obter recursos para construir novas estações e também a desapropriação de imóveis e alargamento da avenida Ragueb Chohfi. No entanto, o aditivo não prevê o início desses serviços neste momento.

Os dois “rabichos” da Linha 15: já parte de futuras extensões

A meio caminho de novas estações

As duas extensões contratadas farão com que as vias da Linha 15 cheguem até perto de futuras estações do ramal. Após Vila Prudente, por exemplo, os 380 metros se unirão aos 160 metros existentes hoje e que levarão as vias até bem perto do viaduto Grande São Paulo (caso o trajeto continue na avenida Anhaia Mello). O ponto fica a cerca de 1 km da estação Ipiranga, da Linha 10-Turquesa, e que faz parte de estudos para uma futura expansão. Essa obra tem previsão de entrega 330 dias após a assinatura da ordem de serviço, ou seja, ela pode ficar pronta até o final de 2020. Com isso, os trens que hoje manobram antes de chegar à estação Vila Prudente, atrasando essa movimentação, poderão seguir em frente e mudar de via sem afetar o carrossel.

Na outra ponta, a situação é mais tranquila. Como a estação Jardim Colonial só deve ficar pronta em 2021, os 560 metros de vias só serão úteis daqui a quase dois anos na melhor das hipóteses. Ao contrário de Vila Prudente, a ponta leste da linha só possui colunas e vigas-trilho até pouco antes da futura estação. Com as novas vias, a Linha 15 chegará a menos de 700 metros da futura estação Jequiriçá, já no trecho da avenida Ragueb Chohfi que precisa ser alargado e cujos terrenos já estão de posse do Metrô.

Formado pelas empresas OAS, Queiróz Galvão e Bombardier, o consórcio CEML é responsável pela construção das vias, sistemas e trens de monotrilho. Atualmente são 27 composições entregues, mas o projeto original contempla 54 trens e que deverão ser entregues à medida que a linha cresça assim como sua demanda. Aliás, demanda essa que já se aproxima das 100 mil pessoas por dia útil: em outubro a média foi de 93 mil usuários por dia com picos de 95 mil pessoas. Ao todo, a Linha 15-Prata transportou 2,4 milhões de passageiros no mês passado, nada mal para um modal tão criticado nos últimos anos.

Linha 15 tem hoje 27 trens de monotrilho, mas encomenda prevê outros 27 (GESP)
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