Obras da estação João Dias mostram ritmo surpreendente

Tocada pela iniciativa privada, futura parada da Linha 9-Esmeralda tem se mostrado um enorme contraste em relação a outros projetos tradicionais. Prevista para ser concluída no final do ano, estação pode ficar antes se seguir nessa velocidade
Trem da Linha 9 (iTechdrones)

Até para o mais otimista defensor da presença da iniciativa privada na execução de projetos de mobilidade, as obras da estação João Dias certamente espantam pela celeridade com que evoluem. Nesse começo de maio, o projeto da futura parada da Linha 9-Esmeralda, continua a mostrar um ritmo inacreditável e que faz imaginar que sua conclusão ocorrerá antes do prazo estimado.

Em nova “vistoria” do canal iTechdrones nos últimos dias, a estação mostrou estar num estágio bastante avançado, com finalização da cobertura muito próxima de ocorrer e a presença das três escadas rolantes no local, entre outras novidades.

Bancada pela Brookfied Properties, dona do conjunto corporativo que cedeu espaço para seu acesso, João Dias está sendo construída pela Telar Engenharia, empresa que também já participou de outras obras do gênero, mas contratada diretamente pelas companhias do estado.

No entanto, sem as amarras burocráticas que permeiam projetos públicos, o cronograma da obra segue evoluindo sem descanso, incluindo a instalação de pisos e trabalhos de sistemas e acabamento.

Interior do acesso com a escada rolante instalada

A velocidade do “lado privado” parece ter contagiado sua “contrapartida pública”, a instalação de rede aérea e trilhos no entorno da estação, que é de responsabilidade da CPTM. Talvez a razão para isso tenha sido o fato de que a mesma Telar venceu a licitação e com isso está totalmente integrada ao projeto.

Não por acaso, já é possível ver grandes avanços nas escavações e preparo das novas vias e até mesmo postes que receberão a rede de alimentação de energia aérea – vale dizer que o contrato foi assinado há poucos meses.

João Dias já poderia estar pronta

Na visão deste site, não há milagre e sim uma divisão mais eficiente de tarefas, com a iniciativa privada focada num objetivo que lhe interessa (nesse caso a entrega o quanto antes da estação a fim de valorizar o empreendimento associado) e a gestão pública ajudando a evitar possíveis gargalos.

Mas é fato que a grande responsabilidade por João Dias ter se tornado uma exceção entre tantos projetos atrasados é sua “blindagem” da ineficiência do setor público. Se não fosse isso, talvez a estação estivesse numa situação como Mendes-Vila Natal ou pior, a extremamente atrasada Varginha. Ou num raciocínio inverso, todas elas estariam em dia se fosse uma questão que envolvesse apenas as promessas em redes sociais.

Vale lembrar que a estação João Dias, a despeito da implantação veloz, já sofreu um imenso atraso por conta do governo do estado. A Brookfield passou anos tentando viabilizar o empreendimento, mesmo doando o projeto e mais tarde bancando sua construção, mas por incrível que pareça a CPTM demorou a fazer a sua parte, que se tivesse ocorrido como esperado já teria viabilizado sua inauguração.

Trata-se de um caso para ser analisado de perto a fim de que no futuro a expansão sobre trilhos consiga superar seus eternos problemas com prazos não cumpridos.

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5 comments
  1. o sucesso dessa obra deveria fazer com que legislativo, executivo e judiciário, fizessem uma força-tarefa a fim de eliminar todos os gargalos que envolvem uma obra publica. porque a verba para fazer a obra, quando é aprovada, não é o problema. o problema realmente são as ações na justiça, empresas q jogam o preço lá embaixo depois querem aditivos, e por aí vai.

  2. No país da corrupção e da incompetência a construção de uma mísera estação no ritmo normal nos deixa em choque.

  3. Está estação vai ser uma mão na roda pra mim. Só espero que a linha 17 Ouro do Metrô um dia chegue até a Vila Sônia. Está obra privada está mostrando que o sistema privado está a anos luz a frente. A CPTM deveria com todo o seu conjunto, ter melhores engenheiros… Parece que não querem nada com nada…

  4. Imagino então, como seria a malha metroviária paulista, se tivesse sido construída pela iniciativa privada desde seu início

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