Preparativos para montagem dos tatuzões da Linha 6-Laranja são iniciados

Acciona já prepara revestimento de poços e desmontagem das tendas que armazenam os dois shields fabricados na China
Partes dos tatuzões são descobertas pela Acciona (iTechdrones)

Pouco mais de dois meses após o anúncio da retomada das obras da Linha 6-Laranja, a Acciona já executa os primeiros trabalhos visíveis nos canteiros do futuro ramal de 15,3 km. Vídeo publicado pelo canal iTechdrones nesta semana flagrou uma das tendas que armazena os dois tatuzões que escavarão sendo desmontada. Além disso, o poço Aquinos, localizado na Marginal Tietê sentido Leste, começou a ser preparado para receber o revestimento final das paredes.

De acordo com relatos da Acciona, o início da escavação com a primeira tuneladora deverá dentro de um ano. Para isso é preciso preparar o fundo do poço Tietê, uma enorme vala com mais de 100 metros de comprimento e quase 30 metros de largura. Nesse local foi feito uma canaleta onde o shield é montado, com a roda de corte apontada para o lado do rio. Segundo um apresentação antiga do governo, apenas a escavação entre o VSE Tietê e o poço Aquinos levará quatro meses, abrindo o túnel duplo sob o Tietê.

Ao lado desse trecho ficará também um segundo túnel, de serviço, que servirá de estacionamento para os chamados trens de estratégia, que são inseridos na operação em horários de pico. Embora tenha um diâmetro bem menor, esse túnel levará 15 meses para ser escavado pelo método NATM (ou túnel mineiro), demonstrando como o ‘tatuzão’ é um equipamento mais veloz em extensões mais longas.

Made in China

Os dois tatuzões da Linha 6-Laranja foram adquiridos pelo consórcio Move São Paulo, ex-parceiro privado do governo no projeto. Eles foram fabricados pela empresa francesa NFM Technologies na China, nas instalações da NHI, que a controlava na época. No ano passado, no entanto, a NFM foi vendida para uma empresa alemã após a falência da chinesa NHI. Espera-se que isso não impacte na operação dos equipamentos já que será a primeira vez que eles serão usados no Brasil – até aqui, apenas shields da Herrenknecht foram operados nos túneis, além de modelos da Robbins Company, adquiridos pelo governo do Ceará.

A tuneladora que partirá no sentido da estação São Joaquim terá a missão de abrir um túnel de 9,5 km. Já a segunda tuneladora, que sairá na direção norte até o pátio Morro Grande, abrirá 5,2 km de túneis, porém, em rocha. As aduelas, estruturas de concreto que formam os anéis que sustentam o túnel, estão sendo fabricadas numa instalação próxima ao Rodoanel Oeste.

O desafio da Acciona é acelerar as escavações das estações mais próximas do VSE Tietê como Santa Marina, a primeira parada após o poço Aquinos. O canteiro, como mostramos recentemente, está armazenando componentes dos tatuzões, mas aparentemente eles estão sendo levados do local para liberar o terreno. É preciso, portanto, que a construtora prepare o futuro poço da estação para a chegada da tuneladora em meados de 2022.

A sequência de estações por onde passará o equipamento é Água Branca, SESC-Pompéia, Perdizes, PUC-Cardoso de Almeida, Angélica-Pacaembu, Higienópolis-Mackenzie (a mais profunda da linha), 14 Bis, Bela Vista e São Joaquim. Na outra ponta, o segundo tatuzão passará primeiro por Freguesia do Ó, que já está escavada, João Paulo I (parcialmente aberta), Itaberaba, Vila Cardoso e Brasilândia.

Para operar o ramal, a Acciona criou uma SPE (Sociedade de Propósito Específico) batizada de Linha Universidade S.A, mas que deve usar o nome LinhaUni quando estiver em funcionamento. A meta é inaugurar a Linha 6-Laranja em 2025.

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