Até junho, Metrô só utilizou um terço dos recursos para expansão de suas linhas em 2022

Obras nas linhas 2-Verde e 15-Prata somam 85% do investimento da companhia enquanto Linha 17-Ouro só consumiu 8% do bilhão de reais disponível
Vista aérea da Linha 17 (iTechdrones)

A ousada meta estabelecida pelo Metrô de São Paulo para expansão e modernização de sua malha está se tornando difícil de ser atingida. No primeiro semestre, a companhia só conseguiu desembolsar R$ 1 bilhão dos quase R$ 3,5 bilhões disponíveis em 2022. Ou seja, menos de um terço do orçamento.

Apenas três projetos chegaram a junho com um avanço financeiro acima da meta, a expansão da Linha 15-Prata (59%), a modernização da Linha 3-Vermelha (52%) e da Linha 1-Azul (75%).

Em valores absolutos, a expansão da Linha 2-Verde até Penha segue como a que mais consumiu recursos, um total de R$ 540 milhões de R$ 1,267 bilhão disponíveis, ou 43%. Projetos menores e complementares após as obras, as linhas 4-Amarela e 5-Lilás também estão abaixo da meta, mas seu impacto é menor do que o de empreendimentos como a Linha 17-Ouro, novamente a “vilã” do momento.

O ramal de monotrilho da Zona Sul de São Paulo continua aquém do esperado nos desembolsos de verbas. Mesmo com o segundo orçamento mais alto (R$ 1,072 bilhão), o projeto só fez uso de R$ 88 milhões, ou 8% do total.

Linha 2-Verde é de longe a obra que mais consome recursos

Como o Metrô não detalha onde os valores foram utilizados, não há como monitorar se os dois principais contratos, de sistemas e de obras civis, está mais atrasado. Enquanto o primeiro trem de monotrilho da BYD foi apresentado na China em março, pouco se viu nas vias em matéria de sistemas. Já o escopo sob responsabilidade do Consórcio Monotrilho Ouro está visivelmente atrasado.

Embora a empresa tenha até junho de 2023 para concluir as obras, havia a promessa do governo de concluir o trabalho até dezembro deste ano. Mas o consórcio, formado pelas empresas KPE e Coesa, do grupo OAS, mal tem conseguido lançar vigas-trilhos no trecho da Marginal Pinheiros. As sete estações e o pátio avançam lentamente, denunciando falta de fôlego da contratante já que outras obras semelhantes não têm apresentado problemas desse gênero.

Uma prova de que algo está errado na Linha 17 é o fato que a obra consumiu R$ 286 milhões em 2021, ou cerca de três vezes mais que neste ano, mesmo que o ritmo no ano passado tenha sido também ruim.

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