Única obra de metrô executada com uso de tatuzões fora de São Paulo neste momento, a Linha Leste do Metrô de Fortaleza tem apresentado uma redução no ritmo dos trabalhos, segundo o jornal Diário do Nordeste. A informação foi confrmada pelo secretário de Infraestrutura do Governo do Estado do Ceará, Lúcio Gomes.
Segundo o artigo, a escavação dos dois tatuzões em operação, além da construção das estações Colégio Militar e na rua Silva Paulet, a 30 metros de profundidade, apresentam uma evolução aquém do esperado.
Lúcio Gomes diz que isso se deve a dois pleitos que o Consórcio FTS está pedindo ao Governo do Estado, por conta da pandemia, a prorrogação do prazo de entrega e a recomposição de alguns preços.
De acordo com o secretário, com relação a prorrogação, já foi acordado um prazo adicional de 15 meses. Já com relação a revisão de preços, influenciada pela inflação, uma solução deve ser anunciada nos próximos dias.
Atualmente, por conta da diminuição do ritmo das obras, o consórcio está aproveitando para realizar manutenções preventivas nas duas máquinas tuneladoras que estão em operação.
A Linha Leste foi dividida em 2 fases. A primeira fase, em obras e que terá 7,3 km, contará com as estações Tirol-Moura Brasil, Chico da Silva, Colégio Militar, Nunes Valente e Papicu. A inauguração é esperada para 2024. As demais estações serão construídas em uma segunda fase, sem previsão até o momento.
Tatuzões do governo
Os estudos para a implantação da Linha Leste do Metrô de Fortaleza começaram há mais de uma década, já visando as obras destinadas à Copa do Mundo da Fifa, que foi realizada no Brasil em 2014. No entanto, as obras só tiveram início em 2013, sob responsabilidade do Consórcio Construtor Cetenco-Acciona. Em 2015, a empresa abandonou a obra, dando início a uma disputa por pagamentos de valores com o governo, que culminou com a rescisão do contrato.
Em 2018, o governo do Ceará contratou um novo consórcio, o FTS Linha Leste, formado pelas empresas Construtora Ferreira Guedes S.A. e Sacyr Construcción S.A., com proposta de R$ 1,47 bilhão.
Uma curiosidade sobre a Linha Leste é o fato de que os quatro tatuzões singelos pertencerem ao governo do estado de Ceará, que preferiu adquiri-los em vez de colocar sua aquisição como parte da proposta dos consórcios, como é feito em outros contratos. Eles foram fabricados pela empresa americana The Robbins Company em 2012 e entregues no ano seguinte.