O Metrô realizou nesta quinta-feira, 2, a sessão de recebimento de propostas para a licitação de laudo de avaliação das áreas a serem desapropriadas para a implantação da Linha 20-Rosa.
Oito empresas compareceram à sessão, com propostas entre pouco menos de R$ 100 mil até quase R$ 2 milhões. Como é praxe nesse tipo de edital, a companhia selecionou a proposta de menor valor, feita pela KS Engenharia de Avaliações e Perícias, que solicitou R$ 97.440 pelo serviço.
Agora, a KS terá até o dia 7 de março para apresentar documentos que comprovem sua capacidade d executar o levantamento. Caso não seja aprovada, o Metrô chamará o 2º colocado, CTA Consultoria Técnica e Assessoria, que pediu R$ 98 mil.
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O edital envolve a realização de pesquisas referentes aos imóveis que estão nas proximidades do local escolhido pelo Metrô para implantar 14 estações e um pátio na Lapa. O trecho vai da estação Santa Marina a Avenida Prof. Abraão de Morais e é considerado prioritário no projeto da Linha 20-Rosa. A exceção aqui é a futura estação Cerro Corá, que fará a ligação com a Linha 2-Verde e que é parte de outra licitação.
Opinião: “prioridade” para ambas
Em seus dois meses de mandato, o governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) tem mostrado algumas indefinições a respeito da expansão metroferroviária de São Paulo. Seu secretário Rafael Benini, de Parcerias em Investimentos, afirmou inicialmente que a gestão escolheria entre as linhas 19-Celeste (Anhangabaú-Bosque Maia, em Guarulhos) e 20-Rosa qual seria priorizada. Na semana passada, em nova entrevista, ele revelou que o ramal que irá da Lapa a Santo André teria a preferência já que Guarulhos terá a Linha 2-Verde em breve.
O governador Tarcísio, no entanto, disse em entrevista coletiva que ambas serão tocadas da mesma forma. “Guarulhos está contemplada também. Vamos trabalhar forte nas Linhas 19 e 20. Na ligação do Anhangabaú com Bosque Maia e também liguação da Lapa com Santo André”, afirmou.
Apesar das declarações, para dar o pontapé nas obras civis de um projeto como esse é preciso um certo tempo até que o edital de concessão esteja pronto. Há etapas indispensáveis a serem cumpridas como licenciamentos ambientais, desapropriações, estudos de viabilidade financeira, obtenção de financiamentos, sem falar na discussão do edital em si.
Basta lembrar por quantos anos as concessões das linhas 8 e 9 da CPTM e o Trem Intercidades Eixo Norte consumiram antes de chegarem ao mercado. Nesse aspecto, a Linha 19-Celeste está bem mais madura para ser lançada. Ao contrário da Linha 20, o ramal de Guarulhos teria alguma chance de ser licitado ainda neste mandato e começar as obras num espaço de tempo menor.
A Linha 20-Rosa, por sua vez, é imensa, cara (cotada a R$ 20 bilhões pelo próprio governo) e com certeza, mais demorada de ser implantada já que passa por áreas adensadas e de relevo acidentado, para citar alguns fatores.
É importante também considerar que o setor privado pode não ter fôlego suficiente para se qualificar a tantos projetos de infraestrutura de investimento bilionário. A não ser que Tarcísio tenha na manga a certeza da participação de empresas estrangeiras. Resta saber se a burocracia a insegurança jurídica brasileira não serão barreiras para isso.