Estação Várzea Paulista ganhará passarela de acesso e dois novos elevadores

Apesar das melhorias de acessibilidade, o projeto atual apresenta problemas relacionados à disposição da única bilheteria da estação. Ambiguidade quanto aos projetos do governo e da concessionária não permitem esclarecer quem será responsável pelas melhorias
Estação Várzea Paulista deverá ganhar nova passarela (Jean Carlos/SP Sobre Trilhos)

O projeto do Trem Intercidades ligando São Paulo, Jundiaí e Campinas contempla uma série de investimentos e melhorias nas estações da Linha 7-Rubi. A estação de Varzea Paulista será uma das paradas que sofrerão adequações para promover a acessibilidade universal, bem como abrir espaço para a implantação de novas vias.

A estação Várzea Paulista é uma das edificações tombadas como patrimônio histórico. O prédio atual foi construído no ano de 1891 pela primeira operadora do trecho, a São Paulo Railway. O projeto da nova estação terá como principal particularidade a não interferência ao patrimônio tombado, mantendo suas características originais

Proposta para a estação de Várzea Paulista (STM)

As plataformas existentes que estão dispostas lateralmente deverão ser reutilizadas. Uma nova passarela deverá ser implantada na extremidade oeste da estação. Essa passarela será composta por módulos de acesso vertical onde o passageiros poderá adentrar a estação por meio de escadas fixas e rampas. Haverá também a possibilidade de realizar o cruzamento entre as margens da ferrovia de forma livre, uma vez que a passarela será de livre acesso.

Para promover ainda mais a acessibilidade a estação deverá ganhar dois novos elevadores, sendo um para cada plataforma. Esses itens são importantes pois auxiliarão os passageiros com mobilidade reduzida a terem total autonomia ao se deslocar pela estação. A estrutura que atualmente é tombada como patrimônio poderá ser utilizada como área operacional, desde que suas características não sejam alteradas.

Nível térreo da estação. Haverá apenas uma única bilheteria no nível térreo (STM)

Apesar das importantes melhorias que o projeto da nova estação de Varzea Paulista trará para os passageiros, a proposta adotada apresenta falhas grosseiras destoando de todos os projetos até então apresentados durante a fase da consulta pública.

Ao analisar a disposição dos elementos na estação é possível observar uma despadronização do projeto na região do mezanino. Nas demais estações que apresentam disposição semelhante com novas passarelas, o mezanino estará localizado na região intermediária da passarela. Nesta área geralmente existe a presença da linha de bloqueios, SSO e de uma bilheteria. Entretanto, a estação de Varzea Paulista não terá sua bilheteria alocada no mezanino superior.

Passarela da estação Várzea Paulista. O mezanino intermediário não possui bilheteria (STM)

A única bilheteria da estação estará implantada no acesso sul da estação, próxima a uma linha de bloqueios que dará acesso à plataforma sentido Jundiaí/Campinas. Por ser a única bilheteria presente na estação, o projeto comete um erro crasso prejudicando uma parte dos passageiros.

Para exemplificar os prejuízos da disposição atual façamos a seguinte analogia: Um passageiro cadeirante que deseja tomar um trem para a capital e que necessite entrar pelo acesso norte da estação Várzea Paulista. Este passageiro irá acessar a passarela da estação através das rampas e se dirigir até o mezanino. Caso esse passageiro não possua um cartão de transporte ele deverá passar por toda a passarela, descer até o nível térreo do acesso sul e comprar sua passagem.

Corte da estação Várzea Paulista (STM)

A partir deste momento o passageiro entra na área paga da estação, mas o trem que precisa tomar está na plataforma oposta. Desta forma o passageiro precisa usar um elevador, realizar novamente a travessia na passarela onde terá acesso a plataforma de destino através do segundo elevador. Essa analogia pode ser aplicada a todo o tipo de pessoa, ressaltando a falha grave no projeto que está em desarmonia com todas as concepções previstas para as estações reformadas da Linha 7.

Outro ponto que deverá levantar muitos questionamentos é sobre o projeto que deverá ser realizado pelo governo e o que deverá ser atribuição da concessionária. Nos documentos da concessão as ações que deverão ser realizadas pelo poder concedente são praticamente idênticas aos investimentos da concessionária, com a diferença que no projeto do governo a bilheteria estará localizada no mezanino elevado, eliminando os problemas existentes no projeto delegado à concessionária.

Projeto que deverá ser elaborado pelo governo é praticamente idêntico ao da concessionária (STM)

Apesar da confusão na atribuição de ações para a futura concessionária, toda essa questão poderá ser solucionada, uma vez que os documentos ainda não estão na sua versão definitiva. A STM estendeu o prazo para que as sugestões ao projeto do TIC-Eixo Norte sejam enviadas e apreciadas. Após essa análise é muito provável que este problema apresentado seja sanado

O site está elaborando uma série de matérias sobre as reformulações das estações da Linha 7-Rubi. Você pode acessar nossos artigos nos links abaixo:

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